Espaço transverso

Entre o ser e o existir –

O que me completa, quero apenas.

Na distorção do tempo,

O despertar transitório.

O transmutar da essência,

Agora prevalece a paciência.

Sem a pressa injetada na pele,

Fechando os olhos, sinto a energia –

Rodeando-me de forma feroz.

Não quero ser um objeto atroz,

Ou me tornar mais um número –

Em que nada acrescenta,

A meta é fazer a diferença.

O que pensarem de mim,

Ignoro, deixo para trás.

Julgamentos inoportunos,

Não me atraí.

A distância se faz necessária,

Com ela a paz.

Desfazendo estão as tormentas,

Sou filha da luz.

Por ela me guio,

Espelhando-me em seu calor.

Se falta o afeto –

Aqui transborda o perene amor.

A chama que impregna no corpo,

Feito caieira alimenta as veias.

Tão viscerais quanto o infinito,

Caminhando por entre as dimensões.

A voz ecoando pela mente:

Você é uma pessoa tão incrível!

“Nem todos estão preparados para conhece-la...

Tão profundamente.”

Ser especial tem os seus privilégios,

E suas cobranças.

Por isso, não se importe com o que aconteça,

Há um mundo extraordinário –

Somente para quem se é livre,

De pés no chão, sem qualquer amarra.

O pensamento isento de dualidades,

Ser e permanecer o que se é –

Sem se moldar a hipocrisia,

Desfaz todo o enredo da falsidade.

Aos maldosos impõe a inveja,

Isso me fortalece.

Irradio o brilho da alma,

Quanto mais incandescente –

Mais fluorescente.

Mesmo que de maneira insular,

Algo devolve o ar.

Acredito no poder da transformação,

No aprendizado, a persuasão.

De forma sutil, condizente,

Expandindo cada vez mais a consciência.

Encaixando-se estão as peças,

Sem o mover das trapaças.

Em engrenagens –

Movendo-se ao natural,

Para a esplendorosa realização.

Quem sabe seja mera utopia?

Plena imaginação fértil,

Tentando sobreviver ao que não cai bem.

O artefato que me detém,

De não enlouquecer literalmente.

No espaço transverso,

O qual habito.

Por onde andará a saída?

O que preciso fazer –

Possível materialização.

Para não ceder -

A este estado de consternação?

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 30/06/2023
Código do texto: T7825993
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