Teu perfume
Há uma fragrância que não sai de minha cabeça. O gosto doce do beijo não dado , o calor do abraço, as estações do ano.
Era primavera quando o conheci, ele exalava o perfume de flores e, por qualquer jardim pelo qual passasse, respirava teu perfume.
Havia uma ânsia em saciar tua sede com meus lábios, permanecer preso em cada centímetro do teu abraço e ter, ainda que por alguns segundos, teu perfume impregnado em mim, mas amanheceu o inverno.
As nuvens cinzas que cobriam o céu escondiam a claridade do teu sorriso. Tudo parecia estar bem, mas só na minha cabeça. Porque os sinais eram claros. Nossos corpos pertenciam a mundos diferentes, buscamos valores diferentes. Tudo o que eu buscava, encontrava em cada detalhe teu, contudo, eu não representava nada do que buscavas, talvez nem estivesses à procura.
A chuva de junho inundou quaisquer possibilidades de materializar o amor platônico que habita em mim, e lavou os desenhos que projetei sobre meu próprio corpo.
Eis que breve chegará, em breve, o verão e, talvez, nossos corpos se encontrem e o sol volte a brilhar novamente.