Aprendendo a jogar

Eu sabia, sentia. A minha intuição gritava. Estava tudo calmo demais, silencioso demais, pleno de tanta harmonia. Tava tudo assim… redondinho. Nem foi por maldizer, pessimismo ou falta de fé. Havia uma certeza, um instinto a farejar, uma sabedoria para além do tempo e das coisas daqui. E desta vez eu não agi   apenas com aceitação. Eu escolhi. Escancarei as portas, deixei o caos entrar, com toda sua fúria, força e poder. Foi como despertar de um longo sono aos tapas. Era preciso. Respirei o ar gélido do inverno na alma. Acolhi os meus piores pressentimentos. Já conheço meu dom de lamber minhas feridas, me reconstruir. Deixei a inércia para trás e me joguei nos dias de fluxo intenso. Ainda há dores por toda parte. Corpo moído. Alma esgotada. Coração feliz. Um doce reencontro com a possibilidade de movimento. De reconhecer a própria existência, de reviver a coragem. Perceber que ainda há um universo a ser explorado. Afinal, não estamos aqui a passeio. Se a vida nos convoca ao trabalho é hora de agir. Sem temores bobos, com a certeza que outros momentos de calmaria ainda virão depois que as lições foram aprendidas.

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 28/06/2023
Código do texto: T7824311
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.