MEU VELHO ALBUM!
Ontem por um instante deletei-me do presente,
Retornei ao meu passado
Em uma viagem só da gente,
Navegando em um velho álbum desbotado.
Abro as páginas velhas e amareladas
Que o tempo trabalhou para descolorir,
Descoloriu também nossas vidas já arranhadas,
Mesmo de quem já chorou e também fez rir.
Me vejo aos meus três anos
Calça curta ate as canelas,
Não se gastou um metro de pano
Feito pela minha mãe e arremate da amiga dela.
Em uma outra foto, um pouco apagada e amarelada,
Meu pai comerciante, honesto, e rigoroso,
Com seu fordinho vinte e nove de bigode
Ao lado do seu armazém muito garboso.
Outra foto muito interessante,
Eu e meus irmãos de mãos unidas,
Tendo como fundo algo marcante,
Uma igreja de Nsa. Sra. Aparecida.
Agora estou em uma foto, não tão distante,
Calça apertada e cabelos longos,
Uma época hilariante,
A onde as madeixas chegavam aos ombros.
De repente como em um bater de porta,
Me abro para a realidade,
Quanta saudade, não importa,
O que importa é a felicidade.
Agora os cabelos um pouco ralos
que o tempo coloriu de grisalhos
E que a vida nos colocou alguns calos,
Estaríamos nós em frangalho?!
Não! o tempo não dissipou nossa juventude
A juventude da busca do inatingível,
Que ainda nos marca a inquietude
De nos tornarmos inquebrantável.
Tudo isto nos torna jovens eternamente
Na busca sempre do aprimoramento
É você contra o tempo insolente,
Que teima em nos derrotar no primeiro tempo.
Podem nos fechar as cortinas,
Que permaneceremos sempre nos bastidores,
Trabalhando todos na surdina,
Porque ainda temos brilho e valores.
O tempo pode ate passar la fora,
Tudo isto nos encanta e enobrece
Vamos remando nosso barco,
Ate que as páginas deste álbum se feche.