EM ALGUM LUGAR (prosa poética)

Em algum lugar eu vou te encontrar.

Estarei alerta aos sinais da tua presença, apurando os meus sentidos, direcionando-os pela tua busca. Eu me transformarei em Rosa dos Ventos se for necessário, até um Sextante para ser mais preciso, buscando cobrir os quadrantes inimagináveis necessários pela tua procura.

Revirarei, minuciosamente, os cantos do planeta e do Universo, vasculhando-os em cada meandro as sinuosidades com esperanças existentes.

Percorrerei milhas e não me cansarei. Encurtarei, com desejos, as distâncias e em simples veredas as transformarei.

E quando, sei disso e eu confio nisso, a tua presença vir a sentir, jamais descansarei até dizer:

— Cá estou! Desculpe-me pela demora: É que tinha que sentir a tua falta, a tua ausência, com certeza o único sentimento que me faltava na Alma, que me faltava vivenciar, que me faltava dominar.

Então, esperançoso, vou procurar me prostrar durante uma oração, fervorosamente, para que os deuses dos universos, ordenem-te que me perdoe, ansioso pelo teu sorriso, o mais belo existente que sempre acalantou o meu coração, decifrando-o como sinal por estar tudo bem.

— Aí, sim! nos meus braços envolvo-te como o meu eterno amor. Todavia, desfaço-me de Rosa dos Ventos, destruo-me como Sextante, deixo os caminhos percorridos, o planeta e o Universo aos enamorados que como eu se tornaram errantes pelas buscas e porque ainda não acharam a pessoa amada...

Somente depois é que, alegremente, irei deitar-te num belo jardim de minhas lembranças...

— E finalmente descansarei.