DESCOBRINDO-ME (prosa poética)

Se eu fosse a flora? Floresceria o campo.

Sendo água? Despertaria sementes.

Soprando-me vento? Espalharia nuvens.

Expressando-me alegria? Provocaria lábios.

Ah! zingando-me barco? Bailaria docemente ondas.

Vivenciando-me pássaro? Plainaria esperanças.

Provocando-me sonhos? Realizaria vidas.

Deparando-me tristeza? Provocaria prantos.

Ó! Minha amada...

Se necessário é ser, eu serei!

aceitando destinos e cumprindo a todos com

coragem ímpar; resignado, ora alegre.

Todavia, jamais aceitarei ser o Amor,

pois eis que, se ele eu chegar a ser,

em algum momento terei que lhe perder:

Já que, certamente, o Amor é o que é por jamais amar,

para, simplesmente, puro Amor poder continuar.

Arabutã Campos
Enviado por Arabutã Campos em 26/06/2023
Código do texto: T7822476
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