DESCOBRINDO-ME (prosa poética)
Se eu fosse a flora? Floresceria o campo.
Sendo água? Despertaria sementes.
Soprando-me vento? Espalharia nuvens.
Expressando-me alegria? Provocaria lábios.
Ah! zingando-me barco? Bailaria docemente ondas.
Vivenciando-me pássaro? Plainaria esperanças.
Provocando-me sonhos? Realizaria vidas.
Deparando-me tristeza? Provocaria prantos.
Ó! Minha amada...
Se necessário é ser, eu serei!
aceitando destinos e cumprindo a todos com
coragem ímpar; resignado, ora alegre.
Todavia, jamais aceitarei ser o Amor,
pois eis que, se ele eu chegar a ser,
em algum momento terei que lhe perder:
Já que, certamente, o Amor é o que é por jamais amar,
para, simplesmente, puro Amor poder continuar.