SENTIMENTOS CALADOS AO SILÊNCIO

 

Sinto e escrevo as dores do coração e não me resguardo de tamanha sensibilidade. Por vezes os ventos fazem-me tremer de sentimentos Calados ao silêncio. Sinto a minha alma as margens da loucura que partem lentamente. Vou ficando desgarrado sentindo-me em segundo plano neste meu sonho que teima em não se realizar, Enquanto as mãos se afastam das palavras que desejo escrever. É o dito pelo não dito a invadir minha face irrigando-se de lágrimas pela busca incessante. Amedrontando todos os sonhos verdadeiros. Para lá da palavra, para lá do emudecimento e do sofrimento. Mergulho na incompreensão desferida. Uma imensidão de desconfianças que devoram o meu desengano. E de novo engulo o silêncio. Uma magoa densa pela espera solta-se do coração da alma e de todo o corpo, impedindo-me de olhar nos teus olhos. A minha vida percorre o espaço atrás da confiança. Que esse olhar desperta no meu desejo, Mas por agora nada existe além da esperança em um breve futuro. Sem sentir vai-se devastando as minhas crenças, Devorando minhas alegrias deixando-me de herança o medo de perder-te. Momentos expandem-se na lembrança como eco na minha dor. O mistério que envolve tanta fé ainda perturba a minha já gasta euforia. E por minha vontade percorreria com a suavidade do meu amor cada palavra tua. Estou amargurado. Tantos contras a perturbar nossas esperanças. Limito-me a observar o suave desenrolar dos teus dias. A lutar em uma guerra desconhecida, contra fantasmas na obscuridade. Enfrentar sombras ocultas em meus caminhos e vencer com amor os inimigos vestidos de amigos. Mas escrevo mais uma vez a sinceridade de meus olhos nos teus. E grito aos ventos que caia o mundo sobre minha cabeça. Não sou homem de pedra! Meu corpo é revestido de sensibilidade. Mas meus sentimentos são sólidos. Meu amor é verdadeiro e minha vida já doei a ti.