ZOPO (prosa poética)
Não me classifique zopeiro pelos caminhos.
Não cometa tal engano...
Nunca escolhi um caminho de obstáculo inesperado.
Jamais...
Embora...
Tropecei, por todas as pedras que se gritavam necessárias a serem tropeçadas; naquelas enganadas no meu caminho.
Tropecei-as chorando ou nelas é que descobri meus prantos.
Tropecei nas que estavam pelas terras que caminhei; tropecei nas dos meus mares navegados; nas escondidas em espaços sobrevoados pela minha imaginação.
Nunca as ignorei... Nunca as tirei das minhas passagens, pois não se deve jamais, ao saber serem suas as pedras, ignorá-las para deixar a arte de tropeçar a outrem que não pertence à sua vida.
Tropecei-as...
Nunca caí...
Jamais me verão ferido.
Tropecei somente nas pedras especiais de serem tropeçáveis, necessárias e dignas dos meus tropeços, em todas as que imploravam serem as pedras da vez.
Mas...
Só nas minhas, pois cada um tem as suas; que cada um construa o seu estilo na arte de tropeçar as suas próprias pedras.