E assim se fez, mais um céu estrelado na escuridão da minha noite. A noite da alma.
Iluminada estaria mais uma lágrima que vertia por dentro. Agora estava exposta. Seria luz.
Ah, uma alma iluminada eu tinha, presa num corpo que ressequido pelos séculos, caminhando sem luz.
Poeta me fiz, a mente sozinha para cinco mãos que teimavam em destrar a pena, ruidosamente.
O céu da minha boca com suas estrelas, palavras, que não conseguia deitar na folha em branco, preenchida a sangue, até então.
Numa explosão, cai uma letra, de muitas, e cai outra e outra... surge um poema como o pintor mistura as tintas e nasce sua tela multicor.
Agora, exausta, olhos avermelhados, lágrimas por dentro, deveria morrer, ao término do poema, para não ter como justificar a dor que flui de cada verso. E então, finda a noite e as estrelas se vão porém agora eternizadas.