Em construção
Rótulos não me cabem muito bem. Às vezes ficam injustos demais. Noutras é preciso fazer a bainha. Encurtar o encanto do ego. Tantos elogios, menos o que eu mais espero. Bobagens… Entre a eterna dúvida de ser ou não ser eu prefiro o estar. Saborear a transitoriedade da vida. Deixar fluir. Não há que se controlar coisa alguma. Já superei a vontade insana de estabilidade. Estou viva! Sou forte, mas estou exausta. Sou livre, mas estou aprisionada pelos meus medos, e as poucas couraças que ainda me restam. Regredi. Muito. Muitíssimo! É fato consumado. Já me questionei se vou me recuperar, não sei. Não faço ideia do que sobrará para além desse furacão. A melhora ou a piora são possibilidades. E outras tantas estradas que nem imagino podem se abrir. É momentâneo. É o estado das coisas no hoje. Onde luto pra me conectar ao mínimo do que restou da minha essência. Experimento minhas asas de borboleta. Perderam a cor. Meus vestidos rodados não valsam mais. Certo que mesmo assim não me encaixo. Errado ainda desejar uma caixinha confortável. Um rótulo, um estigma, um nome de pertencimento. Não tem jeito… Não tem cansaço, nem fardos no corpo. Eu sou do mundo. Do meu mundo. Meu universo particular. Sou poesia, mas estou em construção.
*Si*