Águia: O dia que queria ter perdido a visão aguçada, a dor!

Numa terra distante, voava uma Águia altaneira. Que protegia uma abelhinha, amizade verdadeira. Afetos fraternos entre eles se correspondiam, mas um dia, a Águia foi magoada, tristemente sofria.

A Abelhinha, com amor puro e sem maldade, tentou acalentar a Águia em sua dor e saudade, mas as palavras da Águia, com seu bico afiado, feriram as asas da abelhinha, intenso e desolado. A dor ecoou nos ouvidos da pequena criatura. E ela voou para longe, sem revelar sua aventura.

A Águia, cheia de dores e decepção em seu ser, percebeu que perdeu sua fonte de força, seu viver. Noite após noite, a Águia sonhava sem descansar, clamava pelo retorno da abelhinha, em seu pesar.

Solidão nas noites escuras e frias, sua companheira, enquanto aguardava o retorno da abelha faceira. Num dia, a Águia, curvada em dor no galho, viu a abelhinha voando em seu caminho, no orvalho. A Águia ergueu a cabeça, esperançosa e grata, mas seus olhos avistaram um louva-deus, armada prata. O louva-deus, com suas garras funestas e perigosas, espreitava, ameaçando a abelhinha tão amorosa.

A Águia tentou avisar do perigo iminente, plainou velozmente, querendo salvar seu amor latente, mas o louva-deus foi rápido, capturou a abelhinha, a machucou, e a Águia se viu impotente e sozinha. Observou, com o coração partido e dor sem igual, enquanto o louva-deus devorava a abelhinha, afinal.

A Águia, num ato de profundo desespero, amolou seu bico, rasgou as penas do peito severo. Furou seu próprio coração, fechou os olhos sem alarido, olhando pela última vez sua abelhinha, seu amor querido. Num estrondo, nos fechar nos olhos negros.

Que esta história triste sirva de lição e ensinamento, do valor das amizades, do afeto e do sentimento. Que a Águia e a Abelhinha, unidas no além, encontrem a paz e o amor, num eterno vaivém.