Eu, poesia
Sou escritora, não. Tenho um tantão de preguiça com isso. É pura teimosia, e só. Essa mania de deixar vestígios. Manchas, rabiscos de grafite nos papéis amarelados pelo tempo. Mas, eu gosto assim. Alma livre, solta, preenchendo versos, avessos, saudades. A poesia é meu único vínculo de pertencimento. Uma companheira de toda vida. Meu lugar no mundo. Minha arte. Onde me reconheço com o coração aceso. O fogo sagrado que me mantém desperta, em conexão com a essência da minha divindade. Longe dessas regrinhas insistentes, a mente funciona em poesia. Presença com a cabeça nas nuvens. A criação nasce em qualquer lugar onde o encanto capture a atenção. Por isso escrevo. Por não caber em mim toda essa bagunça. Todo esse grito das palavras bailarinas. A escrita. Minha dança dos passos incertos. Quando as ancas se sacodem em um ritmo próprio. É isso! Meu mundo próprio. Meu universo particular. Minha ciranda poética. Minha brincadeira favorita: deixar frases espalhadas pela casa. Rascunhos que ganham forma como que passados a limpo. Passado, futuro, presente. É a poesia, a escrita, que sempre traz a certeza: aqui estou!
*Si*