INSÔNIA (prosa poética)
Insônia dói de doer descolorindo noites, estrelas e luares.
Tic tac, tac tic,
Proseia o relógio
Tac Tic, tic tac,
Feito contágio...
Com o seu apito tão estridente
O guarda-noturno apita à solidão:
Da sua canção tão solitária
No sono vou à sofreguidão...
Das horas em estilhas
Irritado, me irrito, irritadíssimo
Do relógio tiro as pilhas
E se faz silêncio agradabilíssimo
Lá fora a destoar...
É o som do seu apito
A canção do guarda à solidão
Da sua canção tão solitária
Faz-se sofridão
Para fora e além
Caço jeito de ajeitar,
Como as do guarda, também,
As pilhas do seu apito tirar
Afinal...
Na noite altitudinal
É hora de guarda-noturno
assoviar o seu apito tão soturno?
Oh! vigilante
Não tenhas a malfazer!
Senta-te, apenas, nada petulante
Com caneta e papel a ti satisfazer
E faça versos ao lindo luar!
Cante-os como a minha mãe cantaria
Feito uma canção de ninar