INSÔNIA (prosa poética)

Insônia dói de doer descolorindo noites, estrelas e luares.

Tic tac, tac tic,

Proseia o relógio

Tac Tic, tic tac,

Feito contágio...

Com o seu apito tão estridente

O guarda-noturno apita à solidão:

Da sua canção tão solitária

No sono vou à sofreguidão...

Das horas em estilhas

Irritado, me irrito, irritadíssimo

Do relógio tiro as pilhas

E se faz silêncio agradabilíssimo

Lá fora a destoar...

É o som do seu apito

A canção do guarda à solidão

Da sua canção tão solitária

Faz-se sofridão

Para fora e além

Caço jeito de ajeitar,

Como as do guarda, também,

As pilhas do seu apito tirar

Afinal...

Na noite altitudinal

É hora de guarda-noturno

assoviar o seu apito tão soturno?

Oh! vigilante

Não tenhas a malfazer!

Senta-te, apenas, nada petulante

Com caneta e papel a ti satisfazer

E faça versos ao lindo luar!

Cante-os como a minha mãe cantaria

Feito uma canção de ninar

Arabutã Campos
Enviado por Arabutã Campos em 19/06/2023
Código do texto: T7817287
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