generalizações autobiográficas

Tenho falado pouco eu te amo.

Os abraços não se demoram.

As conversas se convertem em assuntos insensíveis e práticos, as risadas se distanciam e a visão turva-se.

Tenho saído pouco de mim, lido muito e sido muito sozinha.

Tenho fracassado tanto quanto tenho tentado e venho sendo muito paciente.

Tenho alimentado a vontade de ser uma alma que toca outra alma, lançar a centelha da vida e queimar em grandiosa harmonia.

Tenho tido vontade de ser outra e me pergunto com frequência se já não o sou.

Tenho visitado excessivamente as ruas do passado e me perdido em esquinas de dor, andando com a calma de quem tenta entender os novos endereços, analiso em novos ângulos as caminhadas de outrora. Me encontrei com solos antigos e me derramei em novos rios, pisei no sagrado e tentei fincar raízes — não vinguei.

Suzane S Ângelo
Enviado por Suzane S Ângelo em 18/06/2023
Código do texto: T7816978
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