generalizações autobiográficas
Tenho falado pouco eu te amo.
Os abraços não se demoram.
As conversas se convertem em assuntos insensíveis e práticos, as risadas se distanciam e a visão turva-se.
Tenho saído pouco de mim, lido muito e sido muito sozinha.
Tenho fracassado tanto quanto tenho tentado e venho sendo muito paciente.
Tenho alimentado a vontade de ser uma alma que toca outra alma, lançar a centelha da vida e queimar em grandiosa harmonia.
Tenho tido vontade de ser outra e me pergunto com frequência se já não o sou.
Tenho visitado excessivamente as ruas do passado e me perdido em esquinas de dor, andando com a calma de quem tenta entender os novos endereços, analiso em novos ângulos as caminhadas de outrora. Me encontrei com solos antigos e me derramei em novos rios, pisei no sagrado e tentei fincar raízes — não vinguei.