"Nada Além"
O beijo não bastava frente
à carência de um desamor.
Decidira marcar, desamor,
no corpo... a cores e dores.
Carregaria do sentimento
desamor, eternas, marcas.
Seguiria, a vida, crendo no
amor, apesar, do desamor.
Do desamor restaria uma
tatuagem e... "nada além".
Vida Pregressa
Vida pregressa? Nunca
tinha ouvido falar!
Até que ele, alto, de
olhos azuis bonitos, com
seu sorriso inocente e
indecoroso, falou: - vidas
pregressas!
Ele sentava no sofá e
recitava coisas bonitas,
muito bonitas. E vinham
dele! Da profundidade
que não sabia por onde
transbordar.
Pensei: - que tanta
profundidade! Que
lindo abismo! (Abismo
não, abismo é oco,
profundidade!)
Pensei de novo: - vou
escrever umas coisas
num papelzinho de
rascunho, talvez ele
goste.
Ele gostou.
Eu fui embora.
Mas cada vez que tenho
notícias, são notícias de
que aquela profundidade
represada teve vazão!
Uma engenharia do
destino? Não sei.
O que nos une tem sido
as represas do destino,
prestes a explodir.
Melhor elo? Não. Mas
são os mais fortes.
Mas e a vida pregressa
que eu nunca tinha
ouvido falar? Ela está
aqui nessas palavras
e no café que vamos
tomar...
Inocente*
Tanto gostei
que registrei
o comentário
amiga poetisa
Ju Reinheimer.