La Chanson Pour Anna
Quando a noite cair, o vento bater com suas mãos frias em sua porta, e a escuridão invadir a sua janela, estarei à espera, quero possuir os últimos instantes que a sua respiração permitir. Não adianta implorar por compaixão, não sou feito de benevolência.
Acredite, Anna é uma maldição, feita a maldição de Tutankamon.
Srta. B., eu tento fugir dela. Por isso assumi outra, não tão distante dela, mas bem mais compassiva.
Tudo aconteceu há muito tempo, era inverno, eu acredito. Lá fora, os cães faziam muito barulho. Anna, estou com medo! Lembro-me bem de ter pronunciado cada uma dessas palavras. O som do trem partindo, parecia um monstro acordando de sua hibernação. Era possível ver os lobos vagando na floresta, famintos, eu me agarrei fortemente a ela. E a névoa então, começou a levantar. Ao findar, você já não mais estava lá. Eu estava sozinha, me sentindo tão assustada. Mas você nunca deu explicação de nada. Nunca a pude entender. Eu simplesmente aceitei. Há coisas que não pendem de explicação, simplesmente são. Mas, e a nossa canção? Ficará vagando no universo. Um dia alguém conseguirá capitar a ondas sonoras, alimentando de solidão. Aí, viveremos novamente.
Mas Anna, você se lembrará de mim?