Permanecer

Foram anos, anos seguidos... A ferida em vez de cicatrizar abria mais... Foi então que tive a Necessidade de encontrar uma saída, para o que me magoava, me fazia sofrer e sentir angústia e um vazio, que era difícil de preencher... Ficava com dores de estomago, só de saber, que tinha de lidar com a situação... Estava sempre a controlar-me para não descambar com os actos e as palavras que me eram dirigidos e se tornavam como "carvão aceso" no meu coração, na minha alma... Tudo isso me tirava a paz, o sossego, a alegria de querer estar ali, cortavam-me as asas quando eu queria voar, pois afirmavam que eu ainda não havia ganho a maturidade, a força e a coragem para as abrir e levantar voo... Eu era a diminuída, as outras a sabedoria... Eu não tinha lugar á beira de tal sabedoria... Levantei-me, olhei em redor, e vi que nunca nada iria mudar, foram tantos os anos, os esforços, a coragem de lutar pela mudança e de nada valeu, por isso, com a certeza dentro do meu coração e em silencio, sem palavras retribuir, "abri as minhas asas" e sem olhar para trás, "levantei voo," com a certeza de que não quero ter na minha vida, nada nem ninguém que me oprima o peito, me faça sentir diminuída e muito menos que me façam sentir que Não faço parte daquele circulo familiar... Mesmo quando nos dizem que temos laços, há que nunca esquecer, que os laços também se desfazem, principalmente, quando sei e vejo que dentro do meu coração, eu ainda mando e posso tirar, tudo aquilo que me fere a alma... Só permanece o que eu quero que permaneça!

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 15/06/2023
Código do texto: T7814589
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