Renascer das cinzas
Esta fonte de luz que me tirou das trevas
Preciso deste vagalhão para das cinzas renascer
Novamente, fecha-se um ciclo, outro abre-se
Preciso estar inteira para do amor integral florescer
Retomar, refazer. Aceitar o fechar de portas
Quantas e quantas portas fecharam-se para mim
Eram caminhos do desejo, idealizações mortas
Para que minhas fraquezas fossem vencidas, enfim
Tantas lutas e guerras travei consciente
Pude escolher abrir portas, escolhi as mais difíceis
Eram desejos de vencer os desafios prementes
Para quem sabe quebrar correntes do eu triste.
Pessoas foram idealizadas, transformadas em pivô
De uma construção que visava transpor o pó de mim
Erguendo comigo uma massa de ignorados semi-tons
Para poder ser feliz tinha que compartilhar com afins
E quem são os afins? senão amigos intimos de mim?
Estes que me abraçam no momento da dor e do riso
Estes que me fazem repensar, choram e riem comigo
Os que sem esforço algum sabem de mim o que preciso
São afinizadas naturezas de pessoas de sorrisos quentes
Olhos nos olhos veem minha luta, labuta, acertos e desvarios
Veem meu coração mole-duro, meu ser grande e pequeno
Amam-me simplesmente, posso tê-las em dias de vazios
Assim meu sorriso fica franco, aberto, translúcido e volto à vida
Pego meus pertences, refaço o passo e retomo a estrada
Penso: - Meu Deus! como farei para agradecer tanta luz adquirida
Com entusiamo mil passos darei para vencer a derrocada
Mais experiências, mais paciência e talvez mais inteligência
Vejo transcorrer o tempo em silêncio e granjeio mais amigos
Uns ficam comigo, por que me dão o tempo pra ver a diligência
Outros, não são capazes de entender, se ausentam e prossigo
Pra quem fica, estará a construir o futuro com o presente
Pra quem deixou seu coração coeso, está perto estando longe
Quem se distanciou, voltará mesmo sendo hoje estradas direrentes
Porque, indubitavelmente, todos beberão um dia da mesma fonte...
A fonte da qual me refiro é aquela mesma que nos deu a vida
Aquela que pretende a igualdade na diferença das flores
Estes milhoes de eus provém da ilusão de estradas divididas
Submersos temporariamente contidos em relativos valores
Quando o amor vencer nesta terra mais garrida
Mostrará a verdade a quem pensa entender, sem sentir
Haverá de vencer derrubando os muros da nossa indiciplina
Transmutará nossos planos, mostrará a face do ser mentir
Fiz meu estandarte para dizer que destarte a morte me veio
A guerra sempre foi estandarte em busca da paz para dividir
Dividir interesses com vontade de sorguer uns e outros, foi um meio
Mesmo com dificuldades próprias de um simples aprendiz, quis.
Quis ajudar, quis abraçar a infância na ciranda de mim mesmo
Quis beijar margaridas, apresentar crisântemos às borboletas maçã
Em suas brincadeiras infantis vendo crescer a puberdade a esmo
Ser esperança, consegui trazer enfim... devaneios pela manhã