POEMA MEIO SUJO

Valdir Rangel

(Reeditado)

A rua cheia de lama, a lama tem odor de podridão, de carniça, faz tempo, que o serviço público, esqueceu de minha rua

A minha rua é a rua escura, é a rua suja, cheia de gritos presos , e soltos somente na meia noite de cada dia

É uma rua solitária, pessoas de poucas posses, é uma rua de casebres, de linguagem analfabeta

Tem muitos esperançosos, na minha rua, digo na rua, que eu moro, quem sou eu, pra ser dono de uma rua

A minha rua, falta calçamento, falta terraplenagem e alinhamento, é totalmente esquecida pela incompetência das autoridades

Igual a minha rua, existe tantas ruas assim, sem cuidados sem nenhum zelo,

Que só servem, para erguer os palanques

políticos, em período eleitoreiro

Esse poema, eu digo que é meio sujo, pois não posso plagear, o poema sujo de Goulart, por isso, eu me contento em fazer esse meio plágio

A minha rua, tem bêbado vomitando, dormindo nas calçadas sujas, que se acordam no dia seguinte, na clareza do sol nascente

Na minha rua, tem dias, que nem a lua aparece, talvez envergonhada, não tem novena, parece que as beatas se mudaram de lá

E não adianta reclamar, no programa de rádio ou enviar vídeo para a televisão, eles não assistem, e nem sabem onde fica a minha rua

A minha rua é suja, é rua de periferia, não tem água encanada, nem esgoto, lá bebemos água na quartinha

É uma rua de jovens, que pensam em fazer as mudanças, talvez algum dia, as coisas mudem na minha rua

Mas, por enquanto, eu não vislumbro nada de bom, não vejo uma luz no fim da rua, como aquela que há no fim do túnel!

Na minha rua, tem três barracas independentes, que se destacam, uma trabalha com comida, a outra com cachaça, e a outra curando ressaca