O MARATONISTA
No triste apagar das luzes, fecham-se as cortinas, apaga-se a luz
E no espetáculo da vida foram muitas experiências nada mais seduz
A corrida atrás do nada, repleta de sonhos e ilusões foi concluída
E o atleta corredor, ao fim da maratona, viu que nada leva desta vida
Pela obra da Graça, desenvolveu espiritualidade e suas emoções
E sucumbiu diante do enorme manancial de insuportáveis provações
O inimigo adora a vitória, e diverte com a imposição do sofrimento
E o maratonista, no seu desejo de partir, encontra o seu último alento
Lá está sentado no banco da estação distraído vendo o vai-e-vem
E aguarda com toda a ansiedade, que venha logo o tal do último trem
A Geração Cósmica, é um filme que se repete em infinitas edições
E o protagonista apreciaria ser substituído nas futuras apresentações
Mesmo sem saber entre as Trevas e a Luz qual será o seu destino
E mantém a confiança na justiça que examinará o acerto e o desatino
Seja ele qual for, com toda certeza sempre será justa essa decisão
E o ator desanimado, continua lá sentado, esperando trem na estação
Ao receptáculo, dos maiores mistérios do Universo, que são retidos
Expõe-se na autocrítica, a incapacidade de usar, os talentos recebidos
O tempo, escoa bem lentamente, para quem deseja uma conclusão
E enquanto isso o peregrino segue seu caminho levando a humilhação
No inferno, Lúcifer se diverte e alegremente faz soar as gargalhadas
E, por aqui, o andarilho cambaleia como bêbado, nas pernas cansadas
O dia fenece, o sol não aquece, a luz desaparece e a noite prevalece
E a reflexão que exacerba a emoção que inunda o coração e entristece
O filme cósmico se repete, ao protagonista compete o rigor do roteiro
E o viajante na ingenuidade envolto na vaidade, sem sentido verdadeiro
Geração chega ao fim em mil anos, com dois nas Trevas e um na Luz
E a seguir o inimigo libertado oferece as guloseimas, e a todos ele seduz
Na escuridão, efervescente emoção fixa no coração magna revelação
E na próxima edição sem contradição, tudo se repete na sua imaginação