Onde a brisa nunca cessa

Existe um lugar onde o azul do céu pouco aparece, tons de laranja e cinza levemente misturados permanecem, como em paleta de artista por finalizar a tela.

É repleto de nuvens que não se movem, algumas de coloração mais escura, como se estivessem prontas a chover, mas não chove...um lugar onde a brisa nunca cessa.

Neste lugar é onde o verde prevalece, as mais variadas nuances, vezes puras, vezes pinceladas de marrom, arte do mesmo pintor, eu presumo. O segundo verde mais lindo, ouvi dizer há pouco, mas acredito que mesmo ali o primeiro esteja, apenas com brilho diferente. Lá a brisa nunca cessa, eu consigo ver, através da dança estática das árvores que nos rodeiam.

A estrada é a mesma de uma década, eu posso garantir, terra batida com cascalho solto, onde vez ou outra eu me via tropeçando na emoção do momento, expectativa do passo seguinte, ansiedade do desconhecido que se transformara em algo eterno, lá eu não preciso dar mais um passo e a brisa nunca cessa.

Nesse lugar o dia não conhece a noite, agosto nunca chega e a vida não se move. O instante é sempre o mesmo, perfeito, um lugar onde a brisa nunca cessa e o sorriso não se fecha. Nesse lugar a garota precisa de agasalhos, a face vive rosada e a brisa não precisa mesmo cessar...

pois existe um calor próprio...

mistura de amor e abraço no toque,

um lugar onde o amor prevalece.