Permita-me Novamente

Não sei em que armadilha tu caístes, só sei que não és mais o mesmo. Vejo-te ultimamente como cacos de vidro espalhados pelo chão, tua casa, antes tão arrumada hoje tornou-se algo que não pode ser chamado de lar. No meu lugar preferido, próximo a janela, o vento já não traz felicidade, vejo que na tua sala só a solidão persiste, já na varanda, por todos os lados, existe apenas sofrimento, infelizmente, na cozinha, a mistura de lembranças ruins são adicionadas ao vazio de tua mente, gerando o dissabor e é tão estranho saber que a angústia esquenta tua cama. Bem que você poderia trancar essa casa, e a chave bem longe jogar.

Proponho-me a fugir com você bem cedo, antes mesmo do galo cantar e o sol seus raios iluminar. Convido-te a morar numa nova casa, onde você será inteiro, cacos não existirão, para isso, deixe-me, pois fazer parte de suas trevas, pois minha luz iluminará tudo que for escuro. No frio, vou te aquecer junto ao meu peito e, no calor, minhas mãos serão teu bálsamo. Se porventura, quiseres chorar, irei com toda certeza te alegrar. Mesmo que tudo isso possa parecer pouco, o simples eu posso eternizar. Prometo que tua cama não abrigará angústia, pois nossas noites não serão de solidão. Ao acordar, estarei lá para te amar, mas para isso, meu amigo, permita-me ser novamente parte de você.

Daniele Pereira
Enviado por Daniele Pereira em 08/06/2023
Reeditado em 09/06/2023
Código do texto: T7808603
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