A DOR DA AUSÊNCIA (prosa poética)

Levanto-me sonolento. Uma sonolência de noite longa onde o sono demorou-se em pesadelos. Longa com visões. Visões de ti distante.

A minha mente, tagarelou a noite toda para descobrir que não sabia que a tua ausência, necessária e permitida, fosse doer-me.

A casa ainda exala o teu perfume. A tua imagem vive em cada canto e em cada movimento, impregnada em cada objeto. As flores ficaram sem beleza e vida: perderam as cores e perfumes.

Somente é importante o relógio. Marca o teu regresso. Precisamente marca-me, também, com o seu som, provocando dores de ansiedades.

Assim...

Quando chegares vou abraçar-te: Apertar-te contra o meu peito e acariciar teus cabelos, e teu rosto, e o teu corpo, beijar-te como nunca fiz. Como deixei de fazer? Incompreensível!

E...

Olharei nos teus olhos e falarei:

— Aqui tens um novo homem aprendendo que com tua ausência não se pode viver...

Respirar...

Amar...

E calado aguardarei ansioso para ouvir a tua doce voz me dizendo:

— Eu voltei e só com você ficarei.

Arabutã Campos
Enviado por Arabutã Campos em 07/06/2023
Reeditado em 12/07/2023
Código do texto: T7807691
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