Em Obras

Não perturbe. Estou em processo. Talvez precise muito do silêncio que me acolhe. São tempos de recolhimento. De me afastar do mundo externo, fazer um belo mergulho no meu interior. Investigar…

Onde dói? O que precisa de mais luz? O que devo deixar morrer? Que sementinhas preciso plantar? Escorreguei, de novo. Bebi demais daquela euforia. Tropecei. Não sem antes aproveitar cada segundo da vista deslumbrante do alto da roda gigante. É um movimento cíclico que já conheço bem, não temo mais. Foi um poderoso gatilho que me despertou de um sonho lindo. Mas, sei que também há beleza no caos. Aqui mora a criatividade adormecida. O jardim onde vão brotar novas flores. As respostas que permitem recomeçar ainda mais forte. É aqui que a poeira deixada debaixo do tapete vem à tona. Hora da verdade. Todo caminho tem pedras, alguns abismos, nada linear. Perfeitinho. Ao contrário, muitas vezes é bastante doloroso, mas tão bonito. Quando aprendi a me entregar ao movimento da vida que acontece além de mim, sem me desconectar das minhas verdades mais profundas, perdi o medo da chuva. Não há tempestade que resista à magnitude de um arco-íris. Eu entendi, hoje pode ser um travesseiro encharcado de lágrimas, amanhã um corpo banhado ao sol. E o grande barato é exatamente esse, não ser mais o mesmo a cada segundo que passa. Fluir na dança mágica do universo, experimentando a diversidade de ser e estar em constante evolução.

*Si*