DOU UM ADEUS

 

Não sabes a falta que me faz, quando a chuva cai atrevo-me a recordar e há um vazio tão grande no peito que eu respeito, não quero apagar a esperança, mas desisto de te encontrar, caio então como uma folha largada ao vento e em desassossego deixo-me esbater contra o mundo de secretas faltas que me preenchem. Quisera eu ter a força de um vulcão em erupção para poder enfrentar tudo e todos, ser como a maré tempestuosa e apagar minha fraquesa, mas não passo de um triste sonhador que nem força tem para batalhar pelo que verdadeiramente quero. Hoje estive contigo em pensamentos esta solidão a arder-me no coração, esta ausência como os dias que se seguiram e ainda seguem, preciso abandonar esta esperança, como se fosse fácil abandonar a esperança de ser amado por alguém...São secretas faltas, labirintos de dor onde me perco, enigmas de sofrimento, sempre, sem falhar um único dia, uma memória perpétua, recordação eterna no meu coração. Vou Correr pelas estradas, pelas ruas sem saída, retornar e esquecer os caminhos já percorridos currar as feridas que são secretas, escondidas, cada vez mais profundas que passam despercebidas por quem me rodeia. Decidi não tocar mais nesse assunto tão triste, vou mudar minhas prosas, fechar meu corpo, olhar para o mundo como se nada houvesse, me nego a chorar, vou soltar meus medos, não vou me desesperar, apagarei a fogueira deste sentimento que jamais será retribuido. A esperança já não me aquece o corpo, serei um ator perante meus pensamentos...  Dou um adeus ao ontem, agora serei feliz sozinho... Este é meu lugar.