ARMA BRANCA

Nesse instante não há gritos,

somente sussurros.

Há alguém abrindo as pálpebras

para a troca de idade,

e há alguém fechando-as!

1:30 da manhã e a temperatura amena

esfria como um coração amargurado.

Os gatos andam pelos telhados

em busca do amor felino.

Num hospital com pedras de mármore

os enfermeiros cuidam dos enfermos

e os médicos fecham alguns olhos.

Em algum lugar acontece um assalto

- sem armas brancas, sem armas de fogo -

mas apenas dois lábios usurpando alguma alma

ou dois dedos gritando numa máquina de sonhos.

Novas rosas desabrocham

e passarinhos aprendem a voar.

Meus amigos me convidam para uma mesa de bar

ou para um banco de igreja,

mas eu, agora, fecho a página 31 e volto a dormir.