Soberana
Para que minha alma fale, preciso calar minha voz,
Preciso abrir mão das palavras que dançam nos lábios, como animal selvagem preso querendo se libertar.
Para que minha alma se expresse preciso em esforço me silenciar, min'alma não disputa batalhas,
ela é imperativa, é dominante, não bate boca com ninguém, em sutileza, espera o silêncio para poder exalar...
E ela exala, ela é soberana, implacável, derruba meus medos, e diz a que veio.
Minha alma tem o timbre de milhares, no silêncio ela grita, esperneia, despedaça, quase desaparece, mas teimosa e as vezes ri da própria sorte
Alma nublada, chuvosa, outras vezes serena como um dia de sol, ela nasceu pra ser livre, pra voar por entre os mares, pelos ares, pelos encantos que só ela sente
Ela fala quando a boca cala, exala pela pele,
arrepia os poros, estremece, sobrevive, enlouquece...
alma insana, as vezes luz, outras sombras, nobre alma que esfria e aquece, alma solitária que nunca se calará, que mesmo em pedaços sobreviverá
... e no silêncio, minha alma imensa grita, ecoa, transpondo barreiras,
Alma grande demais para viver presa,
que as vezes precisa voar...