"Ele era um volume robusto de capa dura, grosso de páginas cuidadosamente unidas

À primeira vista, um conto de fadas antiquado

contado com o charme do velho mundo e personagens cavalheirescos...

Como se ele estivesse sendo retirado de um canto mofado

de uma biblioteca que raramente ouvia passos.

Como se ele estivesse apertando os olhos fechados,

e de repente sendo exposto à luz do sol,

sentindo-se deslocado, fora de forma...

 

Mas ele foi descoberto por ela,

uma velha alma presa em um corpo de orquídea roxa recém-florida.

Quem sorria como um campo de girassóis,

tendo a energia desenfreada de uma corredeira de montanha...

E ela gostou do cheiro dele,

acariciou seu duro exterior e ela leu seu prefácio,

estava curiosa para espiar por trás daqueles olhos tristes,

em seu mundo esquecido...

 

Ela o leu mais absorta que se tornou seu personagem

e veio a saber como seu passado moldou seus capítulos seguintes...

Mais profundamente ela estava se lendo nele

e soltando sorrisos adoráveis como se ele estivesse se tornando

seus próprios olhos.

Durante as leituras ao amanhecer ele se tornava a luz do sol em sua pele

durante o cair da tarde e o subir da lua ele era seu céu estrelado...

 

Cada capitulo da quela estrada, ele lindamente se tornava áspero nas bordas

como todas as coisas desgastadas que ela tanto gostava...

Sua história estava pondo fogo seu coração,

suas palavras começaram a virar caricias em sua pele..

A certa altura, ele se tornou o braile das pontas dos dedos femininos

de unha simples e pequena que ao deitar ao lado da folha,

ela o lia vorazmente como que decorando cenários e espasmos.

Sim, ela se apaixonou pelo conteúdo da capa dura

e tudo que ali dentro continha, além da beleza externa do peso sob

suas mãos... não eram superficialidades ali escondidas!

 

Se apaixonou pela capa,

pelo cheiro dele,

pelo volume imenso do coração e pela linguagem com sotaque forte!

Ela podia se relacionar com ele tão facilmente,

sua alma parecia a dela com tudo o que estava escrito,

com alto grau de detalhes...

Um restauro ela pensou! E assim, cuidou das letras antiga

de um romantismo feroz e cálido!

Dias possuindo cada detalhe,

porque lê-lo já se tornou seu modo de vida que era pura felicidade ...

 

E foi então que ela, endireitou os cantos dobrados,

apagou as manchas de lágrimas nas páginas,

Borrifou com cuidado e em partes únicas fragrância amadeirada,

para que ele esquecesse seu cheiro de mofo acumulado desde tempos...

 

Ela dormiu junto a ele de cansaço,

sonhou com seus sonhos,

respirou sua fantasia,

viveu sob seu feitiço encantador

Ela agora estava convencida de que sempre fora a princesa

de seu conto de fadas.

 

De alguma forma, todas as suas palavras eram incrivelmente familiares,

como resquícios de uma conexão profunda de uma vida anterior à dela.

A sensação de déjà vu a tomava a alma e o mistério a inebriava,

Não era uma questão de coincidência a ter descoberto!

ou um acidente que ela pudesse topar com o livro no chão!

E então, ela tomou uma decisão emocionante,

Iria com ele para o mundo...

E viveria uma vida feliz para sempre!

Ele sendo mantido por ela como um tesouro,

no museu de seu coração bem guardado.

Onde ela manteve apenas ele,

o achado mais raro de sua vida para nunca ser separado ..."

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 23/05/2023
Reeditado em 23/05/2023
Código do texto: T7795490
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