Das Flores de outono.

Sei que é uma situação perigosa,

que demanda paciência,

mas assim, aos poucos, a gente vai.

Sem pressão.

Com a ciência e a benção da Tai.

Né, não?!

Sabendo que o impossível é só questão de opinião,

me permiti roubar esse pedaço de letra do Charlie Brown,

pra dizer que aquele dia na mureta,

você começou a me ajudar a dar tchau.

Sim, tchau.

Tchau pro passado, sabe como é?!

Foi fácil estar com você,

e, depois veio o CCBB,

o café,

o papo profundo.

Gostosinho...

Conversa ainda crua,

beijo no meio da rua e eu querendo mais da cia sua.

Fosse no amarelinho ou naquele bar imundo,

onde finalmente paramos.

Aproveitamos.

Ali senti que você era minha,

que eu era seu.

Mesmo que por uma hora ou duas.

Com sua caipirinha não te senti tão reticente.

Eu também não estava.

Afinal, comumente, no passado, andava por aquelas ruas.

E seja como fôr, com você me sinto em casa.

Fiz um alvoroço nessa prosa,

mas ainda falta falar do almoço,

do carinho que veio depois,

de flôr,

de rosa.

De tudo que lembra você,

em tão pouco tempo.

Eu me coloquei num calabouço,

e em tão poucas vezes, você me fez sentir que não estou mais sozinho.

Já teve até mão no bolso no barzinho.

Quando lembro, rio.

Rio por que confio.

Porque sei que estamos em turbilhão,

cada qual na sua reconstrução, lentamente.

Mas afinal, não custa lembrar novamente da letra do Charlie Brown.

Aliás, do Chorão.

Espero que nos traga paz crer que realmente: "O impossível é só questão de opinião"

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 19/05/2023
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