O Desconforto É a Prova
Andar por entre canteiros vibrantes, que trazem bem estar, respirar o ar dos jardins do novo, refrescar nos lençóis, brisa das manhãs de outono.
Nem imaginava poder pertencer tão logo a tudo isto, mesmo que foi tarde o parir do novo tempo.
Gera desconforto. Está inadequado o calo do antigo, incomodando a pisada, que antes marcava presença na dor, num agora presente.
Mas, não adianta!
O Sol tem tocado a pele diferente.
O brilho do dia vem com um quê que não tinha. A vida e as dores, a condição humana, que acontece todos dias, como a deriva.
Sinto estar tudo sendo submetido a uma malha reconfigurada, que determina um novo significado para a realidade.
Vínhamos...
Como que trombássemos em algo, e tudo muda...
Não estou exagerando, podem confirmar com os internos superiores de cada um.
Quando a gente reza, ora, recita o mantra, do mesmo jeito que fazíamos pouco tempo atrás.
Dentro reverbera uma posição neutra para estarmos, apartidária. A Prece é dirigida sem preocupação com a camisa que vestíamos; da religião, do time de futebol, da torcida que auxiliávamos alargarmos fileiras.
Vez outra, como numa panela de pressão, o coração comprime e retumba. Pressinto o prenúncio da glória de um novo tempo.
É impossível não acreditar que há outros mundos, outros modos de vida em outros orbes, que não estamos sós no Cósmos.
Como é confortante saber que podemos assumirmis nossos lugares de viajantes cósmicos à qualquer hora. Que basta um sim para mudar para a frequência Universal do Amor Divino, e que é possível participar do processo de evolução da raça humana.
Que não estamos sós, mesmo nunca ter tido elemento que comprove tudo que digo.
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Experimento, às vezes, um nó na garganta que nem eu mesma sei o porquê.
As noites não tem sido iguais, o nascer e o pôr do Sol.
A gente ressoa diferente.
Nosso olhar tem sido lido.
Não há volta.
Sigamos