A Rosa

No princípio era apenas um botão,

como tantos outros espalhados pelo jardim...

Mas, dentro desse pequenino botão,

estava ela, vaidosa, se preparando

para mostrar-se em sua exuberância

de cor e perfume.

Aos poucos, preguiçosamente,

a cada dia, sem pressa,

abriam-se as perfeitas pétalas

daquela flor rubra,

cor de sangue,

cor da vida!

E não havia quem não parasse

para admirar as perfeitas formas

de suas pétalas

e aspirar seu perfume inebriante.

Mas ninguém que realizasse

o profundo desejo de sua alma...

E, assim, ela se via vítima

de seu mais temeroso e implacável inimigo:

o Tempo!

Inexorável ele passava veloz

modificando tudo à sua volta.

Até que, enfim,

antes do fim,

alguém a colheu,

realizando seu sonho,

e a ofertou em prova de carinho

a outro alguém.

Doeu ser arrancada de seu caule,

mas foi uma dor sublime.

Havia uma razão em seu viver:

era um símbolo de Amor!

E o amor era tão grande,

que resolveu guardá-la

entre as páginas de um livro.

E hoje, passado tanto tempo,

ainda se encontra lá, esmaecida...

Não morreu no jardim,

esquecida como as outras;

suas pétalas não foram levadas pelo vento

e jogadas num canto qualquer do mundo.

Mesmo tendo perdido suas cores

e seu perfume,

permanece intacta na memória

de quem um dia a recebeu

das mãos de um grande amor.

Rose Mori
Enviado por Rose Mori em 16/05/2023
Código do texto: T7789827
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