identidade
E, então meu caro, disse o amigo que se aproximava para um caloroso abraço. Posso, dizia a cada passo, abraçar esse querido amigo que há muito saiu da região e só nos informava das peripécias para nos fazer inveja? Ou, quem sabe, como diria outro saudoso amigo, achegar ao coração amigo e fazer morada?
Que seja isso ou o que mais quiser, disse aquele a quem o abraço era destinado, que seja como queira, mas venha, como sempre veio, amigo abraçado de sabenças ancestrais e me presenteie com o que os antepassados deixaram. Que seja saudade, lembrança ou somente o gosto em saber que o chão que pisas, outros, antes de nós pisaram, e deixaram marcas. Chão sagrado esse é, bem se sabe. Que se chegue, que fique, és bem vindo. Beba conosco nosso vinho. Coma junto de nós, nossa comida. Se frio sentir, se achegue, nosso calor é amigo. Como nos ensinou o velho ancião, juntos não há corpo que a corrente prenda. Então chegue. Fique e faça sua a morada. A casa hoje é sua, amanhã de outros será. O chão pisado é sagrado, a luta nunca termina. É sina seguir adiante, romper barreiras, estar nas trincheiras. Então, caro amigo, chegue para o abraço, achegue ao coração, assim ensinaram nossos mestres, nossos guias. O descanso da vigília nunca é bom, olhos abertos, punhos cerrados, espantam o invasor.
Com amor e afeto, sabemos acolher. Nossos braços, fortes pra batalha, também embalam a criança inocente, amparam o corpo cansado.