Semear

Neste solo, berço de águas e grãos, sepultura de amores e ilusões... que agora és nosso alicerce momentâneo, seria ele responsável pelo que gemina e desenvolve em tua estrutura?

Penso que dele tudo pode ser bom... corrigido enfim nascerá, sem delongas sei que fui entendida. Você ao me falar sobre os veios e o oceano me faz trilhar pelos caminhos da origem, do crescimento e da plenitude.

Há anos eu era semente... sem solo, sem jeito e por que não sem futuro? Quando me encontrei contigo a chance de cres-cer me veio e logo me aconcheguei no teu calor afim de geminar. Houve dias de seca, dias de imensa umidade, mas a gosto da unidade me fiz nascer da tua presença. Se hoje sou Serena, sou pureza e força é graças a você que sustentou minha fraqueza e me acolheu em amor. Se hoje floresço foi por tua mão amiga, teu berço e abrigo... E a singela poesia dos versos e melodias que acompanharam meu desenvolver.

Se me fores agora, o que restaria? Esta flor sem chão por sorte embelezaria uma face, um amor ou uma leve brisa...,mas não a contento se deixaria, desistiria e assim pousaria sobre o fino véu da morte. A vida se faz pelo nosso acordo, me forneces o necessário para que sobre ti eu viva e assim nos realiza o ciclo da semeadura. sem ti não haverá flor, aroma ou vida.

Quem me semeou? O destino... E junto dele traçou a sina... da beleza, da vida e do elo inquebrável...

Córdia
Enviado por Córdia em 13/05/2023
Código do texto: T7787088
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