Pungente
Eu te leio nas entrelinhas...
Nos mínimos trejeitos,
No pulsar inebriante
Dos acordes do teu coração.
Te guardo em um lindo relicário,
Em molde torácico.
Nem mesmo a sofreguidão
De dias turbulentos, permeados de agitação,
Serão capazes de desprender-me
Das ondas sonoras do nosso Amor.
Nesses dias, trafegamos de mãos dadas
Em baixa altitude
Que é para não despertar a fúria
Dos renitentes, dos invejosos, dos infames.
E de tudo que peleja
Pela nossa desarmonia.
Intrinsecamente, adornamos
O jardim do nosso amor.
Quaisquer rumores,
Vãs indelicadezas
Serão podadas.
Mesmo antes de se enraizar,
Antes de encolerizar,
Ou ousar murchar
Nossas belas flores.
Nossa seiva bruta,
Em labuta astuta,
Impermeabiliza
Toda vil tentativa
De invasivas ervas daninhas.
Despontam as primícias!
Em blandícias suntuosas,
Inefável e exuberante...
Refletimos em aquarela
O desabrochar incessante
Do nosso esplendoroso Amor.
Incólume e pulsante,
Em todas as estações,
Regamo-nos de sintonia.
Enlace de corpo e alma,
Entrelaçados por afeições
Dos nossos corações.
Vencendo dicotomias,
Entre Amar e sofrer,
Em consonância,
Sofremos de amor.