Vejo uma estrela
Da janela do meu quarto vejo uma estrela.
Seu brilho é pequeno. Deduzo que se formou num passado distante.
Mas, pela sua graça e intensidade de luz, ela é jovem. Lembra uma moça bonita com duas décadas de vida.
Cheia de brilho e esperança nos olhos. Imagino que posso tocá-la, sempre que quiser buscar amor e afeto.
As vezes fecho os olhos e danço com ela num grande salão entre os astros. Há uma grande festa. Cheia de brilhos cintilantes, mas lá fora, no grande cosmo, ninguém fala nada – o silêncio é total. Nada de aplausos, apenas olhares de
profunda admiração. Quando volto para a terra, encontro centenas de estrelas – falantes e vaidosas.
Belas também, mas nem sempre singelas e as vezes até ruidosas. Exigem palavras o tempo todo. Querem explicação de cada segundo da vida.
Ah! Como são bravas. Se não conseguem o que querem, suas luzes mudam a tonalidade de suas cores. Quisera poder um dia levá-las, uma a uma, ao cosmo para dançar. As luzes e o som silencioso do universo fariam com que elas falassem menos e ouvissem mais o maior astro terrestre – O coração. Senhor de todas as coisas e conselheiro da razão.