Colapso

Vamos sobrevivendo sem tino

Sem rumo, sem ritmo

... no descompasso das horas frustradas

Tentando sair do abismo

A alma em pedaços, sangrando

Sobrevivendo ao caos

Tentando camuflar o colapso

Daquilo que sobra

Quando olhamos a volta

E percebemos que nada somos

Além de escombros

... e vamos nos embriagando

Do nosso veneno diário

Fechando os olhos aos danos

Fingindo sorrir, e mesmo doendo

Abstraimos a realidade que nós detém

Reféns do medo, da finitude de tudo

Calamos em nós os "ais" do nosso existir

Até que depois de tanto morrer e reviver

Vamos sobrevivendo confrontando o horrror

...e por fim deixamos de sentir

E o dedo na carne ferida deixa de doer

As lágrimas secam

E nada mais resta, senão sobreviver.