Verborragia
Da minha boca às vezes nascem palavras estranhas. Não que eu fale a língua dos anjos, nem de demônios. Parece ser uma linguagem que só o meu coração entende. Porém, é um um impulso involuntário quase mais forte que eu. Uma necessidade opressiva de falar, escrever, verbalizar. Verter esses híbridos de sons e cores. Há um lugar onde o silêncio não cabe mais. Existem pensamentos crescidos demais. Não há freios, nem papas; a língua corre solta, feito bicho selvagem sem rumo pelas brumas de uma floresta além do tempo. As palavras. Elas bailam, para além de mim. Muito longe do que posso fazer. Alcance de montanha como sons inexplicáveis. A mim cabe somente deixar nascer. Abrir as grades e libertar. Não posso exigir a compreensão. O eco não reverbera. É um mundo meu que eu ainda não aprendi a compartilhar. Deixar ser. Verborragia. Logomania. Amor.
*Si*