Floresta
Sem pedir licença fui entrando. Você me recebeu como a esposa de um embaixador. Entre suas arvores tive sombra e sonhos. Vi, ao olhar para cima, reflexos do sol em imagens indescritivelmente belas.
Formaram-se raios em tonalidades entre o vermelho e o azul. Sua casa estava forrada com um
carpete de folhas e flores. Modernismo. Insuperável.
No fundo sons naturais. Pássaros, espíritos e outras que você guarda em segredo. Tudo bem, coisas do universo feminino.
Almocei amoras silvestres e outros frutos proibidos,
Saciado desci suas encostas e no vale bebi água da cascata.
Ela era tão linda que a convidei para dançar embaixo da chuva. Uma sensação de amor e prazer indescritível.
Lembrando os ensinamentos dos velhos sábios e feiticeiros, desvendei algumas secretas e minúsculas trilhas. Lá havia pequenas e médias pegadas. Então percebi que não estava só. Havia tatus, pacas, jaguatiricas, ouriços e tantos outros moradores. Sua casa era realmente grande.
Adormeci, como uma criança, aos pés de um grande Jequitibá. Sonhei com a nascente do riacho. Era o pai da moça de roupas transparentes, com quem na chuva dancei. Acordei com a orquestra de Arapongas. O dia começou a adormecer. O sol se foi sem se despedir. Chegara a hora da partida. Voltar a dureza do asfalto.
Fiquei encantado Dona Floresta. Muito obrigado.
Com certeza fui recebido por uma grande rainha.
E o dia foi maravilhoso...