Ó LUA!

Ó Lua! Por que me desprezaste? Mesmo sabendo de todo o meu AMOR por ti! Me acostumei com as tuas fases, com as tuas mudanças ora bruscas, ora mansas causando nuanças em todo o meu ser. Da semente plantada, mesmo pouco irrigada, com força brotava vontade de nascer. Mas você virou teu rosto, quando cheia clareou a minha face, tampouco não bastasse quase deixar-me morrer. Ó Lua! Quanta ingratidão da tua parte, mesmo minguante recusaste ter-me com você. Agora estou murchando, meus galhos secando, meu caule sangrando, todo tempo esperando você resplandecer. Ó Lua volte! Apareça e resplandeça sobre mim, fortaleça-me com a tua luz e não deixe que o meu tronco seja feito de cruz, um madeiro de cerne que traduz a vida e a morte assaz de quem tanto doou amor e não teve conforto e paz e agora jaz na solidão, antes tivesse sido então plantado junto aos ribeiros pois assim reverdeceria anos inteiros, nunca murcharia, meus galhos não secariam e meu caule não sangraria e além de tudo frutificaria. Ó Lua! Em quê te transformaste? Ficaste irreconhecível sem brilho acessível, do Céu Tu te afastaste. Agora te procuro em um escuro Céu, na esperança que se rasgue o véu da vergonha por deixar-me ao léu sem forças e quase sem vida na sequidão, quem dera o meu coração encontrasse uma razão para bater de emoção ao vê-la nascer novamente meiga e resplandecente tal qual éramos nós quando ficávamos a sós contemplando um ao outro, você sempre demonstrando doçura por detrás de uma amargura salgado desgosto, por isso ocultou o seu rosto da verdade, pressuposto para leviandade, na escuridão se escondeu para matar um amor que por tempos não morreu, com raízes arraigadas neste solo pouco fertilizado e sem nutrientes implorando por socorro pois seus renovos estavam doentes. Ó Lua onde estás agora? Torna-te feito outrora na fase da robustez, para que tudo que há em mim floresça outra vez sem extinguir sequer do teu olhar a nudez de um coração perene onde todo o amor verdadeiro se fez, por querê-la e amá-la tanto decidi guardá-la dentro do peito no canto onde move-se a paixão, onde encontrei a razão para suportar tanta emoção nesta vida de ilusão.

Erimar Lopes
Enviado por Erimar Lopes em 21/04/2023
Código do texto: T7769682
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