Visceral
Não!... não são meus sorrisos que me definem, mas são meus olhos que dão uma dimensão, não tão exata, das minhas marés. Uma constante de mar agitado, com ondas imensas e devoradoras... a se quebrantarem nas frágeis areias finas... de uma ilha que ninguém vem visitar. São tantas "enseadas furtivas ", margens querendo delimitar... será preciso avançar!... Ser ilha não é uma escolha, é decisão do tempo com suas intempéries... sua capacidade de deteriorar. A maresia incita a oxidação... trocam-se as folhagens da velha árvore... com a volatilidade que visão alguma consegue perceber. Quanto tempo você não se percebe?... encarcerada(o) em cela invisível de estereótipos que não te cabem, em moldes que jamais irão comportar tua imensidão. Aprenda a dizer Não!... recuse ser contaminado pelo que te rodeia, pelo ódio gratuito e julgamentos que definem somente quem os pronuncia, porquanto caem por terra sem germinar nada, são ervas daninhas querendo criar raízes em estrutura alheia, se apropriar. Podar se faz necessário, ainda que se percam alguns galhos... mais à frente, tudo vinga... e floresce nova(mente)... numa torrente de saber, cocriado pela necessidade de se reerguer, de se reestruturar a partir das ruínas... tão abundantes de matéria prima, sem selo de "qualidade"... e essencialmente qualificada para aguentar os "baques da vida... que dão vida aquilo que um dia sucumbiu. E tudo recomeça... se transforma também... de um novo ponto, de um novo olhar.
Continue a caminhar!