Quando fui árvore
Algumas das minhas raízes estão expostas na superfície e me embaraço com o que me circunda.
Debaixo do húmus, onde grita sem medo a humanidade humilde, estabeleço comunicação.
Não meço o tamanho do agora mas o seu valor. Meu desenvolvimento só acontece direcionado para dentro. Por que você não poda meus galhos? Nunca vi minhas flores!
Mas não! Você entendeu minha lógica, e agora poda minhas raízes.
Não te assusta ver minha natureza disforme e violada ?
Sou miudeza que se desdobra em agonia na constante poda inversa.
(Escrito de 2021, antes de abandonar o meu papel e minha caneta)