Sonhos de Fênix
Engulo o gosto amargo da mágoa não digerida. Limpo a poeira dos joelhos ralados. Tropecei. Caí. Superar, às vezes, é uma grande ilusão. Você sente a brisa no rosto. Experimenta dias de leveza, de sorriso fácil. Até que um espinho minúsculo finca no dedão do pé esquerdo. E tudo volta com a força de um maremoto. A dor está lá, em algum lugar sagrado, secreto, ainda latente, mais viva do que nunca. Mas… A auto responsabilidade é uma chave mágica que escancara as portas do coração. Quando a gente entende que ninguém nos decepciona, somos nós que criamos expectativas demais. Ninguém nos machuca, somos nós que confiamos em pessoas que não merecem. Compreendemos que somos nós que criamos a nossa realidade. E isso nos dá poder! O poder é todo nosso! De mudar o olhar para aquela situação, entender que existe o outro universo do íntimo de outra pessoa. De ressignificar as mágoas, enxergando onde tropeçamos, onde abrimos caminho para que atravessassem os nossos limites. Deixamos claros esses limites? O perdão é uma das estradas mais duras. Caminho difícil. O auto perdão talvez seja ainda mais doloroso. Com certeza é um processo libertador, longe de demonstrar fraqueza, é um ato de coragem. De assumir o seu papel e se libertar da dor, libertando o outro do seu mal. Tanta teoria que não consigo praticar. Tanto aprendizado para entender que tenho tanto a aprender. Um dia, espero que eu consiga seguir livre de verdade. Que o espinho vai ser dor de picada e nada mais. Debaixo do tapete não terá mais nenhum resquício de mágoa. Estarei pronta para recomeçar. Mais forte. Mais leve. Em paz!
*Si*