Gosto de memórias que me visitam trazendo um sorriso desenhado no tempo...

A Dança pavimentou meus passos pela vida trazendo-me uma alegria atemporal.

Em meus tempos de menina ia muito à clubes com amigos. Em uma noite dessas de distração, encantamento e beleza, fui para a pista de dança com um namoradinho, e percebi que seus amigos se retiraram quando começamos a dançar. Fiquei constrangida. Ele percebeu e me perguntou: “sabe por que eles foram sentar”? Eu, baixinho: porque não gostam de mim? Sorrindo me disse: eles sentam para te ver dançar”! Foi tão surpreendente que meus olhos castanhos não puderam acreditar! Até hoje guardo essa sensação com muito carinho em meu baú de memórias.

Talvez, a apreciação, não fosse pela perfeição dos passos ou dos gestos, mas pela a entrega, a sacralidade, a presença, a liturgia que regia – e me rege no ato de Dançar. O silêncio interno conduz a música a me atravessar afrouxando as fáscias para a pele respirar, espiralando meu corpo-poesia em amor e paixão.

A Dança é um respiro, a fresta, a cicatriz, por onde entra a luz todo tempo em qualquer ritmo ou momento.