Bailarina

Escrever. Essa persistente mania de dar asas aos meus sonhos de menina. No rabiscado dos papéis em branco espalho palavras ao mar. Sou bailarina. Nas areias do tempo... Estou naquela pequena duna. Sozinha. No silêncio das primeiras descobertas. A letrinha redonda nos cadernos da infância. A promessa. Nasceram tantas outras construções. Eu chamava de poesia. Eu sentia poesia. Eu sei lá o que foi aquilo tudo. Hoje são pedaços de mim resguardados com imenso carinho. Minha história. Muitos versos livres depois vieram nascer textos curtos, ainda sem nenhuma técnica, sem rótulo algum, só minhas asas de borboleta em voo rebelde por aí. Continuo escrevendo porque é assim que me expresso. Hoje renego esse título de escritora como tantas outras coisas que perderam o sentido ao longo do tempo. Se minha escrita é livre eu também sou. Não quero crônicas, poemas, contos ou qualquer outra coisa que me aprisione. Quero romper essas grades. Ir além do que pode ser coisa única. Prefiro existir nessas palavras bailarinas. Soltas ao som do arco-íris que rompe a noite de lua cheia. Deixa nascer livre a minha história! Deixa ser o que vier! Enquanto as palavras enfeitarem meus caminhos serei imaginação pura. Escapo do mundo cruel e renasço flor do outro lado do pote de ouro.

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 14/04/2023
Código do texto: T7763392
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