Poética 2
Não sei por que acho esse chão de brita tão bonito. Muitas vezes está rachado e imundo. A gente tem que procurar essa poesia, mesmo que esteja caída.
A vida não é mais interessante dessas pequenas cenas?
Melhor do que o chão e cão ao portão, pedindo um dono, qualquer dono que seja à dote, pra não ficar cachorro sem dono, que lhe troquem a água ao menos e o jornal que vai ao traseiro, que volte da cama para lhe abrir a porta, quando há pouco estivera em pleno exercício da bebedeira no bar vizinho mais longe de casa, só poça e saco de lixo encostado no muro, aguardando a coleta seletiva.
Né?