Rarefeito
É quando desqueda a água, o retornar da cachoeira. Não, retornar não, o nunca nascer, quem retorna ao menos já existiu uma vezinha.
É o não bastar do barulho, nem do silêncio, ir na cavação da areia atrás de outra coisa e findar com os dedos em carne viva, e ainda assim, não achar nada.
É quando a lágrima se recusa a cair, e o grito vem em silêncio, e aí a coisinha que sobra, que cresce, que vai se gestando, é o que chamam de ansiedade. Você não abre a boca nem chora, com medo do bicho que pode sair e se esgueirar pelo mundo.