Teu olho me disse (O OLHAR)
Dizem que são janelas...
Mas podem ser até portas, árvores, caixas secretas, noite de sábado, manhã de domingo, teatro...
Os teus tem a capacidade de me confundir e me redescobrir. Tudo acontece tão rápido que não sei em qual direção programar os meus passos, em instantes me vejo em você. Sei o que sente sem precisar tocar meus pés no teu chão, nada digo, mas sei que as resistentes exigências tão próprias do tempo te fizeram mais peregrino do que eu.
Tuas formas são únicas e me parecem que vão sempre casar perfeitamente com a paisagem. Esconde o passado, brilha no presente, e sinto que mira um futuro que acredita ser impossível, no entanto, ao mesmo tempo esse é o seu melhor passatempo.
Por acidente ou por querer me oferece uma “segurança” de depositar até mesmo a riqueza do meu, no seu. Afinal, uma robusta segurança é a tua fachada, a tua placa.
Oferece um produto caro a preço de banana para caírem os bobos! Para que voltem para casa, sorridentes e felizes, depois de fechar um "negócio" que o coração julgou bom e proveitoso.
Grande vendedor, talvez tua real intenção seja fazer muitos ladrões e consequentes prisioneiros das tuas falsas ofertas.
Pinta com cores vivas outro mundo e o arrepio tão doce e puro, só parece vir de algum lugar cheiro de amor.
Tu te apresentas como um adorável convite, conforto e conversa à toa. Não me deixa tempo de fixar em mais ninguém que no vai e vem, passam por nós, mas que ainda não se deram conta dos teus desejos.
No fim, foi apenas um teatro onde o personagem principal, escritor do próprio roteiro, atuava com dedicação em interagir com a plateia e fazer com que alguém se sentisse parte do espetáculo.