Angústia, e a Cura

Tudo doía, machucava. Até a saída do ar pelas narinas.

Envolto estava em uma amargura que fazia era derramar olho afora, escorrendo pela face enegrecida da falta de significado.

Não estava em nenhum estado terminal, câncer, ou outra patologia degenerativa. Era tristeza mesmo.

Seu olhos alcançavam somente a cegueira que o levava para dentro. Sentir a dor da angústia.

Não! Não! A vida estava muito real, via tudo da cor que realmente era.

Quanta ilusão reverenciada! Quanto servilismo para nada! Usar um tantinho de tempo; o carrão, o motão potente, a casona nova duplada, e depois, o esperava o suspiro da insignificância.

Conseguia ver isto tão claramente!!!!

Tanto, que vivia ultimamente somente para dentro, decidiu não olhar mais para fora.

Era tanta introspecção, levava tão a sério o casulo da dor, que despercebia o emergir devastador dos seres bacterianos que coabitavam junto a si, multiplicando exponencialmente em comunidade.

A gosma era absurda de nojenta, o viço da nova formatação do seu corpo anímico era de um brilho que somente é visto como no revestimento externo do corpo da minhoca, da larva do lixo, que brilha, mas para aquilo que é da cor cinza, opaca, escura.

Quem o enxergava, com um pouco de clarividência, levava ao repugno do contato.

Judiação de vida, veio para ser num determinado sentido para a vida, e foi encantado pelo que não era para ser.

As tralhas que adquiriu, e aquelas que desistiu de continuar lutanto para ter na viajem itinerante na Terra, fez é incorporar como suas aquilo que nunca poderá levar quando partir.

Caiu de gaiato no navio.

Agora está acometido do enfastiamento do mal do ter.

Quisera que se exponha à Clara Luz no silêncio meditativo, aquela que permite ao ser o crear da ótica do dia e da noite, da luz e da sombra da existência , para que torne consciente, lúcido para as escolhas, depurado de tanta sujeira.

Enquanto há tempo.

A vida merece ser vivida.