Dom
O dom talvez seja um desejo da alma.
Aquele que você sequer sabe que tem.
Apenas tem porque sente, E vai...
É algo inexplicável e transformador;
E é tão grande o expressar,
Que por vezes o choro vem...
Em um sentimento que nem sabemos definir,
O poeta, o escritor, o pintor,
Ao se expressar em qualquer
Das suas obras, se completa...
É como se fosse uma extensão de si mesmo,
Algo interno que de repente,
Sente a necessidade de colocar pra fora,
Ainda que jamais compartilhe com ninguém;
E naquele momento, não está preocupado
Se é bom ou ruim;
Apenas deixa sair de dentro da alma o que sente,
Independente dos olhos alheios...
Essa parte vem depois,
Quando se despede dessa entidade que o possui;
A hora ? Não tem...
Eu posso passar dias, meses e até anos sem escrever uma só linha...
Sem vontade, mas de repente quando a entidade me volta...
Lá estou eu de novo...
Pronta e feliz, desaguando tudo o que há em mim.
Nunca volto para reler os meus textos,
O sentimento será outro ...
E minha autocrítica com certeza,
Vai querer mudar
O que minha alma me ditou um dia;
É assim que me sinto ao escrever.
Helô Silva