Epifanias, reflexos e memórias de um dos meus outonos.

Falar de você é lembrar dos dias em que o fenômeno meteorológico cheio de parlendas e lorotas literárias, conhecido como Sol e Chuva, andam juntos. Nesses dias, há uns anos atrás, saíamos em busca de besourinhos e eu me sentia pirata e nossas caravelas eram as redes da varanda, era um máximo. Você me encorajava a pegá-los, e eu sempre receosa com insetos, me sentia imensamente segura.

Falar de você é lembrar dessa época e todas as sensações que esse fenômeno me traz em forma de memória. É o asfalto molhado e brilhoso por causa do sol e da chuva em conjunto, são as folhas caídas nesse asfalto, são as árvores onde se encontram esses besouros tesouros, que balançavam feito dança com o vento que sempre me aconchegou. E o petricor que sempre me acompanhou.

Falar de você é me sentir tão bem, tão feliz e um tanto emocioada com inúmeras lembranças que temos. Falar de você é reflexo dessas memórias, que refletem em um asfalto molhado com folhas de outono, o quanto eu te amo.

Tivemos inúmeras memórias e dias de brincadeiras tão nossas, mas essa em específico me têm demais, até hoje.

Senti a necessidade de escrever o que eu senti enquanto olhava fotos antigas. Escrita afetada pela nostalgia eu diria, mas quis que você ficasse sabendo dessa epifania.

Para minha irmã.

Ágata Lazuli
Enviado por Ágata Lazuli em 30/03/2023
Reeditado em 30/03/2023
Código do texto: T7752092
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