Epifanias, reflexos e memórias de um dos meus outonos.
Falar de você é lembrar dos dias em que o fenômeno meteorológico cheio de parlendas e lorotas literárias, conhecido como Sol e Chuva, andam juntos. Nesses dias, há uns anos atrás, saíamos em busca de besourinhos e eu me sentia pirata e nossas caravelas eram as redes da varanda, era um máximo. Você me encorajava a pegá-los, e eu sempre receosa com insetos, me sentia imensamente segura.
Falar de você é lembrar dessa época e todas as sensações que esse fenômeno me traz em forma de memória. É o asfalto molhado e brilhoso por causa do sol e da chuva em conjunto, são as folhas caídas nesse asfalto, são as árvores onde se encontram esses besouros tesouros, que balançavam feito dança com o vento que sempre me aconchegou. E o petricor que sempre me acompanhou.
Falar de você é me sentir tão bem, tão feliz e um tanto emocioada com inúmeras lembranças que temos. Falar de você é reflexo dessas memórias, que refletem em um asfalto molhado com folhas de outono, o quanto eu te amo.
Tivemos inúmeras memórias e dias de brincadeiras tão nossas, mas essa em específico me têm demais, até hoje.
Senti a necessidade de escrever o que eu senti enquanto olhava fotos antigas. Escrita afetada pela nostalgia eu diria, mas quis que você ficasse sabendo dessa epifania.
Para minha irmã.